quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Campos áureos

Foi eleita uma dimensão de razão áurea para os quadros. Na grandeza de 122cmX197cm, em formato de retrato para os quadros referentes aos movimentos rápidos e paisagem para os lentos. Essa dimensão corresponde ao maior formato possível com a folha de Eucatex inteira, como se encontra no mercado.
A composição das estações em cada concerto foi baseada em progressões cromáticas crescentes ou decrescentes dentro dos polígonos áureos e espirais logaritmas logarítmicas das telas.
A Proporção Áurea, Número de Ouro ou Número Áureo é constante real algébrica irracional. Número há muito tempo empregado na arte. Também é chamada de: razão áurea, razão de ouro, divina proporção, proporção em extrema razão, divisão de extrema razão.
É muito freqüente a sua utilização em pinturas renascentistas, como as de Giotto. Esse número está envolvido com a natureza do crescimento. O Phi (φ), como é chamado o número de ouro, tem esse nome em homenagem ao arquiteto grego Phidias (Φιδιασ), construtor do Parthenon, que o utilizou em muitas de suas obras. A razão áurea pode ser encontrada em diversos lugares na natureza: na proporção em conchas; nos seres humanos (o tamanho das falanges); na relação dos machos e fêmeas de qualquer colméia do mundo, e em outros exemplos principalmente ligados a fatores de crescimento.
Por estar envolvido no crescimento, esse número se torna tão freqüente. E justamente por haver essa freqüência, o número de ouro ganhou status de quase mágico, sendo alvo de pesquisadores, artistas e escritores. O fato de ser encontrado por desenvolvimento matemático é que torna fascinante a relação áurea e faz dela uma tópica tão freqüente em diversas manifestações estéticas.
Os fundos das telas do Programa Iconográfico foram compostos em estrato cromático escalar, segundo os retângulos áureos inscritos no polígono (quadro) representante de cada movimento dos Concertos (Vivaldi), as espirais foram destacadas por estrato contrastante.
As diagonais áureas, representadas também em estrato de contraste, metálico no caso, foram inseridas na composição como parciais limitadoras dos campos da composição. Sem fazer que esses campos se estanquem, ou sem os hierarquizar lógica ou cronologicamente, determinam grandes áreas do construto imaginário da representação.
Os fundos de tela foram produzidos na disposição retórica eleita. Foram desprezados os processos tradicionais clássicos e românticos de criação de espaços, como a perspectiva, angulações, claro-escuro, por produzirem imagem passiva e prejudicarem a força espacial, elemento essencial à sensibilidade moderna. A geometria áurea foi usada para estabelecer a relação de planos na superfície, criando a tensão e gerando força, o que o espaço, por si, não faz.
Os espaços criados pelos planos se tornaram ativos por associações de emoção e tensão em combinação com os sistemas psíquicos de energias psíquicos. A força emana dos planos da tela e não do espaço real retratado, a tensão emotiva é criada pelos deslocamentos das imagens, suas distorções espaciais, suas escalas heterodoxas, cromatismo e todos os mais aspectos transgressores da representação icástica.
O diálogo se dá entre a geometria sacra e a transgressão ressignificativa.
Faço notar que, para reforço da referência à proporção áurea, até mesmo a monografia foi formatada e impressa em folha no formato de 184mm×297mm, guardando a razão áurea na dimensão máxima a partir da página de papel em formato A4, reduzida de 26mm em sua largura. Para preservar ainda a mesma proporção φ na mancha impressa, foram determinadas margens de 40mm superiores e inferiores, 35mm a esquerda e 15mm a direita, formando retângulo de 134mm×217mm, mantendo sempre a função (1x1,618)

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